sábado, 18 de abril de 2015

A história do Motor Home em imagens

A história do Motor Home em imagens

Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distancia e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogancia que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.” (AMYR KLINK – consagrado navegador, mestre em planejamento)
Desde os mais remotos tempos, mesmo antes de caminhar sobre as pernas, a natureza foi nossa mestra, e a sobrevivência dependeu de nosso deslocamento, na busca de segurança, alimento e abrigo.
O mais antigo viajante conhecido é a Lucy, cujo esqueleto está preservado como o mais antigo humano. Havia aprendido a caminhar na posição ereta e tinha cerca de vinte anos quando faleceu. Viajava continuamente, onde hoje é a Etiópia, há mais de um milhão de anos, e jamais pernoitava na mesma árvore.
Assim posto, justificamos este artigo, apresentando os primeiros e curiosos motorhomes, desde a predecessora barraca e a evolução até a sofisticação atual. Obviamente as fotos muito antigas deixam a desejar pela qualidade, mas certamente suas imagens fornecerão uma prazerosa viagem no tempo passado

Os registros de imagens só foram possíveis após 1826, com a invenção da fotografia.O Forest Service (USA) divulgou esta, como a mais antiga foto conhecida de acampamento. Observe-se o fogão à lenha, os compartimentos do “Hipo Home” e os demais utensílios…

Após 1910, os campings difundiram-se, embora rústicos, apresentando-se como locais de confraternização. Este, em 1920, com os integrantes (e o cachorro) em pose fotográfica e vestimentas características. (American Automobile Manufacturers Association)

Encontro em dezembro de 1922, no DeSoto Park (Florida, USA), com imensa cozinha central. Observe-se que só homens participavam deste apetitoso trabalho. (Florida State Archives)

Em 1912, o primeiro Motor Home que se tem notícia, montado em chassi Ford T 1912, trazia a mensagem estampada na fronte: “Wanderlust” (ambição de peregrino?). (Caltrans, Califórnia, USA)

Em 1921, curioso Motor Home (Yosemite National Park), semelhante a um vagão, construido sobre chassi Pierce Arrow 1918 (Buffalo, NY, USA). Como o motor era dianteiro e enorme (9.000cm3 – 6 cilindros), o motorista situava-se atrás dele, quase ao centro do carro...

O presidente da Pierce Arrow, em 1910, já havia instalado um vaso sanitário em seu landau de viagem. Observe-se a “gaveta” do reservatório de dejetos na parte traseira inferior, sistema semelhante ao atual Porta Potti (A.A.M.A.).

Este “5ª roda” era tracionado por um White 1914, pertencente a uma congregação religiosa. A parte traseira possuía um altar montado e o púlpito basculante, quando aberto para as prédicas. Os pneus de borracha branca eram opcionais na época. (Extension Magazine)

O pastor da Igreja Protestante Episcopal, da Diocese de Kentucky, utilizava este, sobre chassi McCabe-Powers (1920). Observe-se o esbelto cardã e as bandas brancas nos pneus. (McCabe-Powers)

Motor Home com quatro camas e cozinha, montado sobre chassi Indiana 1921. Percebe-se a utilização de inovadores e volumosos pneus Firestone e da espantosa polia na roda traseira. Esta servia para acionar implementos mecânicos, através de correia plana, com a roda suspensa. (Firestone Archives)

Em 1923, a White construiu este luxuoso “Camp Car”, modelo Custon-Build. (Volvo/White). Note-se os vidros cortados em tiras, colocados nas partes arredondadas.

W. K. Kellogg, proprietário da indústria de cereais, utilizou este, projetado pela Bender Body Company (Cleveland, USA), sobre chassi de ônibus White 1923. Possuía rádio, máquina de gelo, aquecedor de água, fritadeira elétrica, ventiladores, lavatório, poltronas reclináveis, intercomunicador para contatar o motorista e outros acessórios extraordinários para a época... O veículo era de utilização particular, dele e família e, em 1928 foi transformado em escritório de vendas. (Kellogg Archives)

A Tourist Supply Company (Los Angeles, USA), em 1924, vendia uma cozinha completa para instalar no estribo (degrau) do automóvel, ao lado da porta dianteira direita. Possuía depósito de alimentos, geladeira (ice box),... (A.A.M.A.)

Algumas “invenções” seriam atualmente hilariantes, como esta “cama” de casal, facilmente montada em “3 minutos” e muito leve (15kg). Um sucesso em 1925.

O predecessor da “carreta barraca” já era comercializado pelo fabricante: Chenango Equipment MFG, Norwich, NY, USA, em 1925. Possuía duas camas de casal, cozinha, armários, geladeira (ice box), confortável sala de estar,... tudo montado em 30 segundos! (A.A.M.A.)

Este Motor Home com “Slide Out” era instalado no chassi Ford T 1926, fabricado pela Zagelmayer (Bay City, Michigan, USA). Possuia camas, cozinha com fogão à gasolina, armários, iluminação, proteção anti mosquitos,... (A.A.M.A)

Motor Home Graham Bros (Dodge) 1928, possuia poltronas, fogão com chaminé e cortinas enroladas na porta e janelas...

Este francês, de 1930, construido sobre chassi Sauer, teria iniciado a difusãode Motor Homes na Europa. (Bernard E.N.G.S.Z.)

Um REO 1930 (Lansing, Michigan, USA), simplicidade retangular, sem comunicação com a cabine. Evidente pose fotográfica, com solenes vestimentas. (Detroit Public Library)

Grande encontro em Arcádia, Florida, janeiro de 1931. Flagrante diversidade de modelos, formatos, dimensões,.. (Florida State Archives)

Ford V8 1932, em uso por família americana na Índia (placas USA e Índia), tracionando carreta barraca. Os reservatórios laterais continham gasolina (esquerdo P=petrol) e água (direito W=water). Toda a família vestindo trajes sociais impecáveis, incluindo gravata até no menino. Os pneus, carecas... (Whittington Collection)

Dr. Scholl’s, clínica itinerante do “Serviço de Conforto para os Pés”, em trailer. O automóvel é um Ford V8 1936. (Dr. Scholl’s)

Motor Home Dodge 1938 (Owosso, Michigan, USA), com cama de casal, cozinha, geladeira (ice box), lavatório, armários,…(Baker Library, Harvard University)

Na Itália (1940), o minúsculo Fiat Topolino, com barraca sobre a capota e escada frontal.

O sorriso estampado no rosto das jovens comprova que a satisfação da viagem independe da sofisticação do veículo. Carreta barraca artesanal, tracionada por automóvel Nash 1951. (Forest Service)

Jeep pickup 4x4, modelo 1952. Equipado com camper, guincho elétrico e pneus fora de estrada.

Pequeno Motorhome Heiser Body Co. (Seattle, USA), montado sobre chassi Jeep 4x4 1960, tendo preservada a cabine avançada. (Heiser Body Co.)

Corvair Chevrolet 1962, motorização boxer traseira (6 cilindros refrigerado a ar). Janelas basculantes, pneus faixa branca. (Chevrolet Archives)

Imenso Motor Home, montado em robusto caminhão Peterbilt, 1980. (Truck Historical Society’s, Nevada)

Enfim, o mais fantástico Motor Home, não é o grande ou pequeno, novo ou idoso. É sim o que nos leva aos mais deslumbrantes locais, com liberdade, conforto e aconchego. Com ele descobrimos novos horizontes, conhecemos outras filosofias de vida e aprendemos a melhor usufruir da nossa própria existência.

Los Caracoles (Chile), parte da nossa mais maravilhosa viagem (65 dias)
“Então Deus, misericordioso e onipotente, fez a luz, a terra, o céu e o homem, dentre uma infinidade de tantas outras graças divinas. Da luz, nós homens descobrimos o céu e a terra. E da terra, abrimos nossos caminhos e iluminamos nossas vidas com as sagradas cores do firmamento. Então, devidamente ferramentados, concebemos nossos abrigos casas, inventamos as rodas e suas tantas derivadas. Daí, em poucos milênios, os mais iluminados souberam atrelar as rodas nas casas, juntar suas amadas rainhas e carregar as tralhas pelos tantos maravilhosos caminhos, compartilhando alegrias com outros pares. Aproveitemos pois, nossas casas móveis, como uma das graças divinas.”
Darlou D’Arisbo
Ergonomista/Antropometrista
http://felizmotorhome.blogspot.com

domingo, 5 de abril de 2015

Por favor, leiam e divulguem, este texto retirado do jornal, O Estado de S. Paulo em 1999.


" O novo Código de Trânsito, de 1998, alterou a categoria exigida para quem conduz estes veículos. Hoje, dirigir um trailer exige habilitação na categoria E, a mesma dos motoristas das enormes carretas. Conduzir um motor home, por sua vez, exige carteira de habilitação na categoria D, a mesma dos motoristas profissionais. 

Baseada na legislação norte-americana, nossa lei tropeçou na interpretação. Nos EUA, quem dirige trailers e motorhomes não tem habilitação especial, porém a palavra "trailer" para os americanos se refere à carreta de transporte de carga, com 20 ou 30 metros de comprimento. Este nosso trailer, engatado e rebocado por automóvel de passeio, é chamado por lá de "travel trailer".

Confundidos na tradução, os legisladores passaram a exigir dos motoristas brasileiros de trailers e motorhomes habilitações relativas a condutores profissionais. Enquanto a limitação persiste, o comércio remedia como pode. Empresas têm colocado à disposição de quem deseja alugar um trailer, motoristas habilitados que levam o equipamento para onde for necessário. Isto porém encarece o custo da locação. "

Gente o pessoal que fez este "equívoco" são os "especialistas" do GOVERNO, teoricamente estudam para isto, recebem salários pagos por nós para isto !
Será que é por estas e outras que em alguns países hermanos somos chamados de macaquitos, mas o pior, é que parece que é burro tentando dar uma de macaco.

O resultado !
O resultado foram que várias fábricas não suportaram a queda nas vendas e fecharam. Perdeu-se uma tradição de décadas.
Com esta simples frase no papel, o governo fez virar pó 800 empregos diretos, e incontáveis indiretos.
O campismo nacional definhou depois disto.
Nosso Brasil exportava trailers para toda América Latina, basta ver a quantidade de trailers mais antigos que são das extintas fábricas brasileiras, nos campings destes países.

Imagine uma família brasileira que quer comprar um trailer, com toda dificuldade e indecisão compro-não-compro.
E aí ficam sabendo que para rebocar um trailer, precisam da tal carteira E.
Que da carteira B, que é a predominante, até a E, vai um ano para conseguir tirar, porque antes tem que tirar a D,que não serve, e esperar uma carência para finalmente tirar a E.

O Brasil é o único pais do mundo que exige a categoria de CNH máxima para rebocar um leve e pequeno trailer !!!!!!

Sobre este texto acima: Esta lei foi finalmente derrubada em 07/2011, e este texto retrata nossa indi guinação na época, mas deixamos o texto aqui, até para lembrar que:Os efeitos desta lei duram até hoje e irão ainda refletir por muitos anos, as maiores fábricas de trailers e motorhomes que este país já teve fecharam, e quanto tempo vai demorar para o mercado se recompor ? 

Na sala de aula de uma escola.

A professora pergunta....Aonde aconteceram as batalhas, que são consideradas as mais importantes para saída dos holandeses do Brasil ?
O aluno responde - Foi nos montes Guararapes em Pernambuco, professora, eu já estive lá.

Professora .... O homem conhecido popularmente como Tiradentes, foi o principal líder de qual evento em nossa história ?
Aluno - Inconfidência Mineira, professora. Inclusive meu pai ficou muito emocionado quando levou nossa família em Ouro Preto e vimos vários lugares relacionado a este movimento.

Professora .... Alguém conhece alguma influência trazida pelos imigrantes europeus ?
Aluno - Professora, uma das mais visíveis, é o tanto de construções com madeira que a gente vê, quando viaja para os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Professora para o aluno.... Você deve sonhar acordado, não tente me dizer que você realmente conhece todos estes lugares em nosso país ! 
Aluno - Professora eu juro que conheço. E que meu pai logo que foi possível, comprou um trailers usado, que custa bem menos que um carro popular, e assim pudemos conhecer grande parte do nosso Brasil.


É a pura verdade.
Meu filho, por diversas vezes, esteve em apuros, com os outros brasileiros não acreditando que ele conhecia tanto do nosso Brasil.
Estes veículos maravilhosos, trailers e motorcasas, que tanto motivam a união familiar, facilitam as atividades culturais e a integração do nosso país.


Enquanto isto nos países desenvolvidos:

As autoridades criam incentivos para estes veículos, sabe porque ?

-É uma atividade que une as famílias, já que quase todo o resto, da nossa sociedade de consumo, desune.

-Impacto ambiental menor, vamos comparar:

Vejam, mil (1000) famílias compram ou constroem casa de campo/praia.
Área ocupada por lote/casa média mínima de 400 metros quadrados(por baixo),por unidade. Ou seja, área natural que deixa de existir.
Para esta larga extensão, rede de esgoto, vias de acesso, redes de energia....
Problemas e despesas, com infra-estrutura, em segurança pública, com todas estas casas desocupadas a maior parte do ano.


Vejam agora mil (trailers ou mortorcasas). área média ocupada no camping por unidade, 80 metros quadrados. E ainda, entre 100 e 200 áreas, recebem os mil veículos, porque não irão estar lá todos ao mesmo tempo.
Ou seja, a área natural que deixa de existir é somente uma ínfima fração da ocupada pelas construções.
A infra-estrutura além de muito menor, e em boa parte feita pela iniciativa privada.

E ainda.....
Uma pessoa em uma casa gasta entre 150 e 400 litros de água dia.
Em um trailer, de 20 a 30 litros dia.
Uma descarga de vaso sanitário, em uma casa gasta de 8 até 18 litros, cada.
Em um trailer menos de 1 litro, cada !
Sobrecarga elétrica na região, a maioria dos trailers não usam chuveiros elétricos, mas a Gás.



Vejam no que dá a falta de conhecimento:

Em Santa Catarina, na região de Porto Belo, Bombas e Bombinhas, onde o problema do que fazer com o esgoto no período do turismo, é sério.Existem placas avisando que trailers não podem descarregar esgotos.
E já se observa uma certa má vontade da prefeitura com estes turistas, que gastam dinheiro em, lojas, restaurantes e diversão como qualquer outro.
Turista de trailer não gasta muito menos, na região, que o turista tradicional.
O que gastamos à menos com diárias, compensamos visitando com mais frequência, e gastos com lembranças , lanches, restaurantes, etc são os mesmos.
Se eles soubessem que um turista tradicional sobrecarrega muitas de vezes mais o sistema de esgoto, energia, e de toda infra-estrutura do que um turista em um trailer !!!


Enquanto isto, nos países desenvolvidos, as administrações públicas coordenam atividades de incentivo para este tipo de turismo, como exemplo, estas propagandas veiculadas em revistas.